Quando se trata de Goleiro muitas questões específicas vem à tona e também, consequentemente, os dois grupos nos quais praticamente os Goleiros são divididos hoje: Proativos e Reativos.
Antes de nos aprofundar um pouco mais, vamos relembrar as definições sobre esses dois grandes grupos:
Reativo: segundo o dicionário brasileiro, “reativo” é definido como “aquele que reage”. Sendo assim, dentro do jogo de futebol o goleiro com características reativas é aquele que se encaixa mais ao futebol pragmático, posicionamento mais da proteção da baliza e com pouca participação dentro do jogo.
Proativo: Contrário de reativo. Define alguém que age antecipadamente evitando ou resolvendo situações e problemas futuros. No futebol moderno o goleiro proativo vem ganhando destaque por ser um atleta altamente inteligente e participativo, antecipando jogadas e simplificando as mesmas para que o perigo fique longe do gol defendido.
Sendo uma função tão complexa talvez tentar encaixar um Goleiro como reativo ou proativo seja um tanto quanto vago.
Pensando a respeito dessa “lacuna” que há entre “rotular” o Goleiro X como reativo e o Goleiro Y como proativo, encontrei outras “classes” ou talvez “subdivisões” de Goleiros: os técnicos, os táticos e os eficientes.
Uma vez que um Goleiro técnico, que executa bem os movimentos, que faz entrada e punho com perfeição, não seja tão eficiente quanto o que não o faz, ao meu ver, não é justo que ambos estejam “enquadrados” no mesmo, digamos, nível de atribuição.
Como exemplo disso temos os Goleiros da Seleção, Alisson e Ederson. Alisson é um Goleiro Proativo-técnico-eficiente, enquanto a gente pode considerar Ederson como um Proativo-tático-eficiente. Não que Alisson não seja tático e que Ederson não seja técnico, a questão aqui é que ambos são Proativos, mas com características predominantes diferentes.
Trazendo para o Brasil, podemos usar Fábio e Vanderlei como exemplos. Fábio é um Goleiro, como a grande maioria dos que atuam no Brasil, Reativo-técnico-Eficiente. Ao passo que Vanderlei é um Goleiro Reativo-Eficiente. Os dois são Goleiro muito bons, porém em Fábio é necessário a gente destacar a técnica dele, que finaliza a jogada com encaixes, muitas vezes, precisos enquanto Vanderlei normalmente espalma os chutes, algo que não finaliza a jogada do adversário.
Ao nível mundial, temos Ter Stegen e Oblak. Por cultura, o Goleiro do Barça é basicamente sempre Proativo, mas Stegen é Proativo-tático-técnico-eficiente ao contrário de Valdés, que era Proativo-tático e não apresentava tanta eficiência quando muito exigido. Já Oblak, é um Goleiro Reativo-Eficiente, faz muitas defesas muito difíceis, mas não vemos nele tanta técnica quanto em Ter Stegen, por exemplo.
É importante eu ressaltar que a ausência de uma das três características na “denominação” do Goleiro não a exclui dele, isso apenas serve para mostrar que talvez ela não seja sua principal característica.
Um Goleiro Tático-Técnico não é necessariamente um Goleiro ruim, ou pouco eficiente, a eficiência somente não está entre suas características mais destacadas.
Para finalizar, ouso-me a explicar o que quero dizer com estas três categorias, ou subcategorias, dos Goleiros:
Táticos – taticamente inteligente, funciona/joga junto com o time. Tem bons fundamentos de passe, lançamentos Técnicos – Realiza bem encaixes, faz movimentos com perfeição, busca o bom posicionamento para defesas. – Vale ressaltar que o entendimento de Goleiro “corretamente técnico” varia de cultura para cultura. Como podemos ver no exemplo da entrada em bola rasteira:
Goleiro alemão: pernas abertas; Goleiro inglês: para a bola com as mãos; Goleiro brasileiro: pernas semi flexionadas, braços estendidos fazendo movimento da pá deixando a bola entrar e travando-a no peito.
Eficientes – Talvez não tenha tanta inteligência tática quanto um Goleiro tático ou talvez não tenha tanta técnica nas defesas/saídas. Mas realiza com maestria a função principal do Goleiro: não sofrer gols (sofrer poucos gols)
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