- Rogger da Costa
GOLEIRO CAMPEÃO DO MUNDO USANDO A CAMISA 5?
Habituados com os números aleatórios no futebol moderno, os torcedores mais novos sequer devem estranhar. Mas quem lembra da Copa do Mundo de 1978 certamente achou esquisito o número que o goleiro Ubaldo Matildo Fillol usou naquele Mundial: o 5, algarismo destinado na Argentina a um volante tradicionalmente cabeludo e que não se faz de rogado em acertar o adversário.
A razão para o uniforme de Fillol é mais simples do que o imaginado. A numeração da Argentina naquela Copa seguiu a ordem alfabética do sobrenome. O camisa 1, por exemplo, foi Alonso, meia do River Plate, que pouco jogou naquele Mundial. Capitão e zagueiro, Daniel Passarella usou a camisa 19. Se Maradona fosse convocado para aquela Copa, jogaria com o número 15, que foi vestido pelo também zagueiro Olguín.
A excentricidade argentina não era, no fundo, tão excêntrica assim. A Holanda, adversária na final daquela Copa, também contou com o goleiro Jongbloed vestindo a camisa 8 (você pode saber mais sobre essa história clicando AQUI)
A Argentina levou adiante a escolha alfabética para a Copa do Mundo seguinte, de 1982, na Espanha. Fillol voltou a usar um ''número de linha'' – o 7, como nesta imagem do primeiro gol que ele levou do Brasil naquele histórico 3 a 1.

Beto Alonso não foi convocado para o Mundial de 1982. O número 1 coube então ao elegante volante Osvaldo Ardiles, que disputou aquela Copa chorando a morte de um primo, soldado na Guerra das Malvinas.
As numerações da argentina em 1986 e 1990 foram uma mescla de alfabeto e escolha própria dos jogadores. Maradona vestiu sempre a 10. Passarella, por exemplo, vestiu a 6, embora não tenha jogado no México. O camisa 1 da Argentina em 1986 foi o atacante Almirón, que não jogou. O goleiro Pumpido foi o 18.
Em 1990, os goleiros argentinos já voltaram à numeração habitual. Pumpido começou aquele Mundial com a 1, e Goycochea se consagrou com o número 12 às costas. Mas alguns jogadores curiosamente mantiveram ordem alfabética: a eliminação do Brasil na Copa foi decretada por Claudio Paul Caniggia que vestia a 8, número que não condizia com a sua posição em campo e que ele voltou a usar apenas quando fez dupla com Maradona no Boca. Em 1994, ele já vestiu a 7.