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Goleiro “barrado por Bruno” no Boa Esporte amarga desemprego

Entre os onze titulares de uma equipe, nenhuma posição necessita tanto de sequência e ritmo de jogo como a de goleiro. Ao arqueiro, estar em atividade é fundamental para garantir a segurança que o posto necessita. Que o diga Luan Polli, de 24 anos, ex-jogador do Boa Esporte Clube. O atleta foi o titular até a contratação do goleiro Bruno, novamente no presídio em Varginha, em Minas Gerais, condenado pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho.

Preterido na equipe principal com a polêmica chegada de Bruno, Polli não apenas perdeu a posição de efetivo, como também o emprego. Após amargar a reserva em abril, o responsável por classificar o Boa Esporte ao Hexagonal Final do Módulo 2 do Campeonato Mineiro, foi perdendo cada vez mais espaço e deixou a equipe dois meses depois, em meio a disputa da Série B do Brasileiro.

“A chegada do Bruno me atrapalhou. Sou um goleiro jovem, era a primeira vez que eu vinha tendo uma sequência de jogos, com boas atuações, estava evoluindo bem, crescendo e, por uma decisão acredito que da diretoria, houve uma troca que considero sem motivo”, afirmou Polli.

Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista cedida pelo goleiro ao R7 Futebol em que também comenta o breve retorno de Bruno aos gramados:

R7: Como foi a convivência com o Bruno? Luan Polli: Pessoalmente, não tive nenhum contato com ele fora do clube. Profissionalmente, a gente conversava bastante, falava muito sobre futebol. Ele estava bastante focado na volta ao esporte e parecia querer muito aquilo para a sua vida.

Incomodou ter perdido a posição de titular desta maneira? Sim. Eu vinha numa sequência boa de jogos, precisava ter aquela continuidade, até então eu não tinha tido uma oportunidade de jogar várias partidas como vinha acontecendo. Eu estava bem, estava conseguindo fazer boas atuações, e por uma decisão acredito que da diretoria, houve uma troca que considero sem motivo.

Atualmente você está sem clube. De alguma forma atrapalhou a sua sequência na temporada? Com certeza influenciou e atrapalhou. Sou um goleiro jovem, era a primeira vez que vinha tendo uma sequência, com boas atuações, estava evoluindo bem, crescendo e depois disso deu uma desanimada, a gente acaba até perdendo o ritmo de jogo.

O fato de você estar sem clube atualmente tem algo a ver com toda essa questão, a passagem do Bruno pelo Boa Esporte? Eu não sei, não posso afirmar. Não sei como teria sido se ele não tivesse ido para o Boa, se eu continuaria jogando de titular. Talvez não. Logo depois que ele voltou para a prisão, voltei a jogar, fiz bons jogos e depois perdi novamente a posição. Foi uma escolha da diretoria a minha não permanência na equipe. Acredito que não tenha nenhuma relação com o caso do Bruno.

Como goleiro, deu para aprender algo com o Bruno, que já foi até cotado para a seleção? Bastante. Eu sou um atleta que está sempre procurando crescer, aprimorar, costumo observar meus companheiros, conversar com eles. Nesse sentido, a convivência com o Bruno foi muito positiva. O contato com pessoas mais experientes, como ele, que rodaram mais do que a gente no futebol, é importante porque nós estamos em constante aprendizado e buscamos sempre aprimorar a parte técnica. E para o goleiro isso é essencial.

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O que achou do nível técnico dele depois de tanto tempo parado? Acredito que o nível técnico dele continua muito bom. O jogador não esquece tudo o que aprendeu tecnicamente durante a carreira, o atleta não retrocede nesse aspecto. Mas realmente é outra questão. O que posso dizer é que tecnicamente não vi grande falhas dele ou algo que possa ter afetado o seu rendimento. Fisicamente, acho que ele ainda estava num processo de retornar ao futebol, o que é normal.

Acredita que a contratação de Bruno tenha sido um jogo de marketing? Foi benéfica para o time? Os motivos para a contratação dele eu não sei. O que a diretoria pensava no momento, se não estava mais satisfeita com o meu trabalho, não sei. Acho que eles pensaram em trazer mais uma peça para somar no elenco e, independentemente de quem estivesse jogando como titular, sendo eu ou não, o Bruno com certeza iria jogar. Mais cedo ou mais tarde. Isso é claro.

A chegada dele te surpreendeu? Foi uma surpresa para todos do grupo. Por tudo que vimos na televisão, na imprensa, com certeza deixou todos nós surpreendidos.

E como o grupo reagiu? O grupo reagiu bem. Foi bastante receptivo como seria com a chegada de qualquer outro jogador. Era mais uma peça para somar no elenco e nos ajudar em busca dos nossos objetivos.

Alguma perspectiva de assinar com algum clube ainda este ano? Estou na Itália, treinando e terminando o meu processo de cidadania europeia. Estou procurando um time para jogar, seja aqui ou no Brasil. Vamos ver, estou aberto para propostas e preparado.

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