Mesmo antes do anúncio de que se aposentaria da Seleção, muitos questionavam como ficaria o meio campo brasileiro sem a melhor volante da história.
Versátil, defende, ataca, marca, se posiciona muito bem, desarma com perfeição, comete raras faltas, grande visão de jogo, passes e lançamentos na medida e alguns belos gols pelo caminho. Onde encontraremos “outra Formiga”? Essa foi a grande pergunta dos últimos anos e agora, com a aposentadoria deste mito da nossa Seleção feminina, onde está a resposta?
Na verdade a resposta é que não temos, e provavelmente nunca teremos, nenhuma jogadora à altura para substituí-la mas poderíamos ter jogadoras de qualidade bem desenvolvidas tecnicamente, física e psicologicamente.
O problema é que não somos capazes de formar atletas em um padrão de qualidade se não temos uma modalidade devidamente estruturada, com competições de base, clubes estimulados a desenvolver um trabalho de iniciação esportiva para futebol feminino e também de desenvolvimento da modalidade.
Em um futuro teremos jogadoras como Marta, Cristiana, Rosana, Suntaque e outras parando de jogar e então provavelmente veremos uma queda de qualidade não apenas na seleção feminina, mas também nos clubes e competições em que costumamos ver estas atletas atuando. Foi assim com Sissi, Kátia Cilene e tantas outras, e parece que não aprendemos.
Quando então aprenderemos que é preciso olhar para a base, cuidar dela, preparar novas e melhores atletas, dar a elas oportunidades e permitir que as novas meninas façam o que as antigas lutaram e quase não conseguiram fazer: VIVER DO FUTEBOL.
O discurso é antigo, assim como o problema. Precisamos de soluções e vocês que trabalham diariamente com futebol feminino precisam se unir, se juntar e discutir e criar estas soluções.
Uma modalidade que não forma novos ídolos não sobrevive. Qual o futuro que esperamos para o Futebol Feminino Brasileiro daqui há 10 ou 20 anos?
Que a despedida da Formiga faça com que todos acordem para a necessidade de fazer muito mais pela modalidade!