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A Fisiologia do Treinamento do Goleiro – Parte 2

Por Marcelo Campolina

Faz um bom tempo desde o nosso primeiro artigo sobre a fisiologia do treinamento do goleiro, portanto, seria interessante ler o primeiro artigo (Clique aqui e leia o primeiro artigo) antes, para entender melhor esse e os próximos artigos. Falei sobre as fontes de energia dos atletas, especialmente os goleiros e agora vamos falar sobre como treiná-las.

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Falei sobre o sistema de fosfogênico, no qual a energia química é produzida sob a forma de trifosfato de adenosina (ATP) e fosfocreatina (PCr) como a principal fonte de energia no trabalho realizado pelos goleiros, seja em treinamento ou em situações de ação no jogo  Agora, falarei como podemos treinar esse sistema para que nossos goleiros sejam mais eficientes em relação à produção e velocidade de recuperação de energia do sistema fosfogênico. Conforme mencionado no primeiro artigo, os compostos do sistema de fosfogênico podem se esgotar completamente em 5 a 8 segundos ou em até 30 segundos quando sob extremo estresse. Para aumentar o desempenho deste sistema de energia, os exercícios devem conter repetições de até 10 a 15 segundos de intensidade e velocidade máxima. E para o descanso entre as repetições, a fórmula científíca para o período de descanso mais conhecida é conhecida em inglês como “work to rest ratio”. Para o sistema de fosfogênico (ATP-CP), esta proporção é 1: 10/12. Isso significa que para cada segundo de “trabalho” você deve permitir que o atleta tenha 10 a 12 segundos de descanso para recuperar essa fonte de energia. Note-se que quando você planeja um treinamento onde o sistema de fosfogênico (ATP-CP) será a principal fonte de energia, você deve planejar o tempo de descanso corretamente para cada sessão / exercício para que a qualidade do movimento ou o poder explosivo não caia significativamente.

Quando isso acontece, você faz com que seu atleta comece a utilizar e trabalhar com outra fonte de energia, que é contraproducente ao sistema de fosfogênico. Por exemplo, em um treinamento onde o objetivo é treinar a capacidade de salto do atleta, ou a queda em bolas altas, caso você não permita seu atleta ter o descanso adequado, você começará a treinar ‘resistência” que será contraproducente ao desenvolvimento de poder de explosão, necessário para a realização do salto em um cruzamento ou no “voo” do goleiro para aquela bela defesa no ângulo. Descanso adequado entre exercícios que requerem explosão muscular se faz necessário para que então todos os movimentos possam ser feitos ao mais próximo possível da velocidade da ação em competição, no caso, em jogo.

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No livro “Science and Practice of Strength Training”, Vladimir Zatsiorsky oferece um protocolo de treinamento para o treinamento para maior produção de energia, ou o que ele chama, a taxa de desenvolvimento de força. Exercícios com explosões máximas de ação muscular contra altas cargas são usados. Com cargas muito pesadas, o objeto resistente pode não se mover muito longe, mas a velocidade da ação muscular deve ser extrema. As explosões de ação muscular devem ser realizadas o mais rápido possível com o máximo esforço e com máximo  recrutamento muscular. Esses exercícios, geralmente são realizados logo após um aquecimento. Os termos força,  elocidade e explosão comunmente usados para indicar produção de energia proveniente dessa fonte (Sistema fosfogênico – Sistema ATP-CP). Esses fatores estão correlacionados, o que provavelmente tem feito com que o uso desses termos seja indiferente; e isso criou uma consideravel confusão sobre a verdareira relação entre eles. No próximo artigo falarei um pouco mais sobre as diferenças entres esses termos.

Referências:

1. Zatsiorsky, V. M., & Kraemer, W. J. (2006). Science and practice of strength training. Human Kinetics.

2. Boone, T. (2013). Introduction to exercise physiology. Jones & Bartlett Publishers.

3. McArdle, W. D., Katch, F. I., & Katch, V. L. (2010). Exercise physiology: nutrition, energy, and human performance. Lippincott Williams & Wilkins.

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