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A importância do Feedback na evolução do Goleiro

Já foi-se o tempo em que o treinamento de goleiro era apenas “batidas seguidas de defesas”, atualmente a complexidade do jogo invade os treinos juntamente com a ciência na busca pela excelência de uma posição que visa a perfeição. A utilização de novas técnicas para dinamizar o treinamento traz consigo a utilização do feedback na tentativa de minimizar os erros juntamente com auxílio de possibilidades e no entendimento do goleiro sobre o “Por Quê?” na realização de determinada ação.

Segundo Anne Shumway-Cook e Marjorie Woollacott (2010) o feedback inclui toda a informação sensorial que está disponível como resultado do movimento que a pessoa executou. Toda percepção obtida pelo goleiro somada com a orientação correta de seu preparador sobre um movimento executado favorecem o aprendizado motor. Esse feedback em geral é dividido em duas subclasses; o feedback intrínseco (ou herdado) e o extrínseco (ou aumentativo) (SCHMIDT E LEE, 2005).

O feedback intrínseco é exclusivamente “interno” do atleta e que o faz pensar sobre aquilo que fez.

“O feedback intrínseco é o feedback que chega ao indivíduo apenas por meio de diversos sistemas sensoriais como resultado da produção normal do movimento. Isso inclui informação visual em relação à precisão do movimento, assim como a informação somatossensorial em relação à posição dos membros que estavam em movimento” (SCHMIDT E LEE, 2005)

feedback 3

Buscando analisar esse tipo de resposta, imaginemos quando o goleiro executa uma ação e pensa acerca do que fez buscando corrigir – quando executa de forma errada; aperfeiçoá-la – se estiver faltando detalhes; ou memorizá-la – se realizou o movimento correto e persiste em continuar acertando; assim, com o decorrer da atividade, o atleta enriquece seu repertório motor e poder cognitivo. Entretanto, um goleiro pode pensar que está executando uma ação correta, porém esta apresenta uma série de falhas, surgindo então a necessidade do feedback extrínseco vindo de seu preparador para correção e progressão no desenvolvimento do atleta.

O Feedback extrínseco surge, então, como uma ferramenta de aprendizagem motora mostrando-nos ainda mais a importância da atuação do preparador de goleiros para evolução dos arqueiros, podendo oferecer o referido feedback durante (concomitante) ou no final (terminal) da tarefa através de recursos verbais, práticos e tecnológicos.

Através do recurso verbal do feedback aumentativo, o preparador irá falar/verbalizar sobre o movimento executado. No recurso prático, simplesmente será demonstrado a execução de determinada ação para o goleiro ou utilizará um outro como exemplo para corrigir ou reforçar um movimento. O tecnológico traz consigo a apresentação de detalhes importantes que fazem com que o goleiro perceba a sua ação. Essas três ferramentas possibilitam enriquecer o treinamento juntamente com o aprimoramento dos atos efetuados pelos guarda-metas.

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O feedback aumentativo possui formas que possibilitam seu enriquecimento a fim de contribuir no desenvolvimento de uma ação. Segundo Schmidt e Lee (2005), o Conhecimento de Resultado (CR) foi definido como um feedback terminal sobre os resultados do movimento, contrastando o Desempenho de Conhecimento (DC), que fala sobre o feedback relacionado com o padrão de movimento utilizado para concluir um objetivo. Durante a execução da tarefa por parte do goleiro, o seu preparador afirma: “Você errou na queda angulada”, é uma forma de CR contribuinte para o melhorar o movimento, porém no momento em que este resultado é de pouco valor, ou seja, que o próprio atleta perceba sua execução, ele pode se tornar irritante ou quase sem nenhuma contribuição para o arqueiro. Agora imaginemos que se na execução de tal tarefa, o preparador fala para o goleiro: “Você errou na queda angulada porque não colocou sua perna de ataque um pouco a frente e não a utilizou como perna de impulso”, então falamos de DC ao descrever o movimento.

Portanto, é de suma importância o feedback no trabalho com os goleiros para que ele tenha a possibilidade de identificar aquilo que ele fez e ter um auxílio exterior para essa identificação, visando melhorar seu desempenho numa função altamente exigida no futebol em que o erro não é perdoado e deve ser minimizado para que não acarrete em resultados negativos para equipe.

REFERÊNCIAS:

GALLAHUE, D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.

HAYWOOD, K. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2010.

MAGILL, R. Aprendizagem Motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher.

SHUMWAY-COOK, A. Controle Motor: teoria e aplicações práticas. Barueri: Manole, 2010.

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